| 12/11/2008 14h01min
O embaixador russo na União Européia (UE), Vladimir Chizhov, disse hoje que "é melhor" para o próximo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, saber que, se instalar um escudo antimísseis na Polônia e República Tcheca, a resposta de Moscou será posicionar mísseis no enclave báltico de Kaliningrado.
"Embora não queira prejulgar nenhuma decisão, acho que é melhor para ele saber o que pode esperar da Rússia se decidir levar adiante" o projeto de George W. Bush, disse Chizhov em entrevista coletiva prévia à cúpula com a UE.
Nessa reunião, que será realizada sexta-feira em Nice, se debaterá a proposta do presidente russo, Dmitri Medvedev, para construir uma nova arquitetura de segurança na Europa que não esteja baseada exclusivamente na Organização Tratado do Atlântico Norte (Otan).
— Há um interesse crescente por esta idéia em muitas capitais européias, e também nas instituições da UE — afirmou Chizhov, para quem o apoio ao projeto de escudo
antimísseis "é virtualmente nulo" exceto
na Polônia e República Tcheca.
Segundo ele, "ninguém deveria se surpreender" com o anúncio do presidente Dmitri Medvedev de que poderia encher Kaliningrado, enclave na fronteira com a Polônia e Lituânia, de foguetes Iskander. No entanto, diplomatas da Comissão Européia (CE) consideram que "a maneira e o momento em que se fez o anúncio" (o dia em que se conheceu a vitória de Obama), foi "uma surpresa" que "não ajuda a elevar a confiança para uma nova arquitetura de segurança européia".
A proposta russa para um novo espaço de segurança não exclui a Otan, afirmou Chizhov, mas renega seu papel exclusivo. Entre os fatores que podem favorecer este cenário, opinou que "a próxima Administração americana vai revisar suas prioridades nacionais de segurança e de defesa", em um sentido "talvez mais construtivo".
— O que disse Medvedev é que, caso os EUA coloquem o escudo, então a Rússia, como resposta, deverá posicionar esses mísseis. E já tínhamos advertido à
comunidade internacional de que
teríamos que reagir se isto acontecesse — acrescentou Chizhov.
Segundo o diplomata, "o fato de esta reação ser feita pública com bastante adiantamento é uma amostra da transparência da política russa neste assunto".
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